sábado, 2 de julho de 2016

Seu Flautim na Praça da Harmonia - Remo Usai



Olá amigos!
Que bons ventos estejam com vocês!
Quando eu prometo voltar, não volto ao blog. Acho que vou parar de prometer para voltar mais vezes! (rsrsrs) Estou com pouco tempo para planejar os temas, os glossários, as pesquisas em geral sobre os livros que tenho a intenção de compartilhar com vocês em virtude do meu trabalho.  Por mais que eu demore a postar, não deixarei de lado esse blog lindo que sonhei fazer! Trabalho com as palavras e faço delas também meu lazer (rimei sem querer! Rsrsrs).
Continuando a série “livros emprestados das escolas”, hoje trago a vocês a obra do maestro compositor e engenheiro agrônomo brasileiro formado na Escola Nacional de Agronomia do Rio de Janeiro, Remo Usai. Desde criança havia revelado um talento para a composição musical e, apesar da formação em agronomia, preferiu seguir a carreira de compositor, especializando-se em trilhas sonoras, compondo cerca de 120 trilhas para filmes tanto brasileiros, quanto internacionais.
Seu Flautim na Praça da Harmonia é uma obra leve que o maestro resolveu publicar, aos 83 anos de idade, para os pequenos leitores. Li uma vez esse livro há pouquíssimo tempo e quando li novamente, para trazê-lo ao blog, pude perceber tamanho sentimento puro existente nesse livro: a ingenuidade de duas crianças diante dos instrumentos musicais e da composição de uma orquestra sinfônica/ filarmônica, atrelada a bondade e disposição de um maestro em instruí-las sobre todo esse processo musical, anterior ao momento de apresentação dessa arte.

 

Livro: Seu Flautim na Praça da Harmonia
Autor: Remo Usai
Ilustrações: Cláudio Martins
Editora: RHJ
Ano: 2011
Edicão: 1ª
Revisão: Libério Neves e Flávia Caetano




 
Livrossário:
01) Coreto: espécie de palanque coberto, construído ao ar livre, para concertos musicais.
02) Algazarra: ruído de gritos e vozes alegres; gritaria, barulheira, banzé.
03) Pardais (pardal): pequeno pássaro pardacento não originário do Brasil, mas muito comum nas cidades e no campo.
04) Rufar de tambores: produzir toques de rufo em tambor, pandeiro e outros instrumentos de percussão (rufo: som cadenciado produzido pelo toque alternado de duas baquetas sobre o tambor, pandeiro ou outro instrumento de percussão)
05) Chegam as balizas: pessoa que, em desfiles carnavalescos ou esportivos, regula, com um bastão, os movimentos dos que marcham.
06) Madrepérola: substância calcária que constitui a camada interna da concha de certos moluscos; objeto (botões, bijuterias etc.) confeccionados com essa substância.
07) Marfim: substância resistente de um branco leitoso, de que são constituídas as presas dos elefantes e de outros mamíferos, muito usada para delicados trabalhos de entalhe (escultura); objeto ou obra de arte de marfim; a cor do marfim; fig. Aquilo que é muito branco ou delicado; que é da cor do marfim; ebúrneo
08) Cor de ébano: árvore que fornece madeira escura, pesada e muito resistente; madeira dessa árvore.
09) Prosear:  manter prosa; conversar; papear.
10) Baquetas: varetas com que se tocam tambor e outros instrumentos de percussão.
11) Capenga: manco, coxo, torto; fig. Incompleto, mal-acabado.
12) Inebriantes (inebriar): encantado, fascinado, deslumbrado, extasiado.
13) Fanfarras: banda de música formada por instrumentos de metal; grupo de percussão e metais que acompanha desfiles militares e escolares.
14) Evoca (evocar): fazer voltar a memória; lembrar; recordar
15) Revoada: voo da ave para o ponto de onde partiu; bando de aves em voo.
16) Rojões (rojão): fogo de artifício que consiste em um tubo de papelão carregado com pólvora e com um pavio, ao qual se ateia fogo, fazendo-o subir e estourar com grande estrondo; foguete.

Personagens:
Seu Flautim de Ouro: era o maestro da banda musical.
Claudinha: menina de 7 anos, tinha os cabelos loiros, tocava tambor na escola e veio do circo.
Marianna: menina de 5 anos, também veio do circo, como a prima Claudinha, tinha os cabelos castanhos lisos e já estudava piano.
Pom-pom e Pim-pim: eram os balões, respectivamente, de Claudinha e Marianna. Durante toda a festa ambas seguravam esses balões que eram coloridos, pintados com o rosto de um palhaço.



A obra:

No início da obra o autor faz uma dedicatória às netas Claudia, Marianna, Rafaella e Paula, introduzindo as duas primeiras como possíveis personagens de seu enredo de ficção, já que o nome de uma delas é escrito identicamente ao real, com “nn”. É uma história infantil encantadora que conta sobre o primeiro contato entre duas garotinhas e um maestro que aos poucos, ao longo do dia, se transforma em uma linda amizade.
O livro possui apenas 44 páginas, mas suas descrições nos transportam a um mundo paralelo, um mundo em que a imaginação perdura e transcende esses limites numéricos.
Em um domingo ensolarado, uma festa está sendo preparada em uma praça de uma pequena cidade. A atração principal é o concerto de uma orquestra sinfônica que se apresentará no coreto do local. Enquanto o maestro da banda organiza os músicos, duas garotinhas aparecem e os três iniciam uma prosa sem fim.
A personagem protagonista, Seu Flautim de Ouro, personifica os instrumentos musicais de sua fanfarra em suas explicações para que as duas crianças compreendam da melhor forma possível as características de cada um deles e, de maneira lúdica, o maestro da banda as conduz ao mundo musical com sabedoria ( o que poderia se esperar de um gênio como Remo Usai)
A faixa etária de leitura é de 8, 9 anos, mas confesso que apesar do conhecimento musical que eu achava que tinha, caiu por terra enquanto “ouvia” as explicações de Seu Flautim e, de minha parte, aumentaria essa faixa até mesmo aos 11 anos. É um livro breve, mas seu conteúdo auxilia tanto em aulas de música, quanto em aulas de Língua Portuguesa, pois é possível fazer um excelente trabalho com os substantivos e, por ser um romance bastante descritivo, auxilia também no trabalho com os adjetivos.
            
            Na próxima postagem aprofundarei um pouquinho mais no nosso livrossário!

            Por hoje é só!

            Um grande beijo e um forte abraço!
                                              Bianca (Bibi).

quarta-feira, 6 de abril de 2016

O Jogo do Contente



Olá amigos!

Que bons ventos estejam com vocês!

Como combinado, hoje continuo a escrever sobre o livro “Pollyanna”, mas antes de tudo gostaria de agradecer o apoio de todos, especialmente do meu namorado, para que eu voltasse com o blog e pudesse dividir novamente com vocês toda a minha pesquisa, as minhas reflexões, os meus comentários e fotos. A história da menina órfã que via em tudo algo positivo foi também mais um pontapé para que eu recomeçasse minhas atividades por aqui. Então, agradeço a linda Pollyanna Whittier por me fazer enxergar todo o lado bom de qualquer atividade que façamos, sem me lamentar pelas infelicidades que às vezes me acontecem, mas agradecer simplesmente por elas terem surgido e me fazerem aprender e adquirir uma experiência a mais na vida. O importante é fazer dos acontecimentos situações menos estressantes e mais proveitosas, visando sempre o nosso bem estar e o bem estar dos outros a nossa volta, porque somente com equilíbrio e mente sã, livre de negatividade, que conseguimos viver bem e melhor!
E é exatamente isso que Pollyanna faz, pois para viver bem e melhor ela sempre busca encontrar o lado bom das coisas, pois faz bem a ela e aos outros! Através do Jogo do Contente, ensinado pelo seu sábio pai, ela conseguiu conquistar todos a sua volta, levando a bondade e o pensamento positivo a toda a cidade onde passou a morar. No livro ela realiza essa ação em três situações especiais: com a Sra. Snow, com o Sr. John Pendleton e com a tia Polly. Vamos ver como foi cada situação resumidamente?

1º Jogo do Contente: com a Sra. Snow:

A Sra Snow ficava reclamando e resmungando de tudo, enquanto permanecia  em  seu quarto escuro.  Era mal-humorada, rabugenta  e sempre se manifestava insatisfeita com qualquer situação. Com as visitas frequentes da menina Pollyanna em sua casa, aos poucos a senhora foi mudando seu jeitinho de ser. A menina sempre aparecia sorridente, abrindo as cortinas e enchendo o quarto de luz. Elogiava a Sra Snow e ainda trazia-lhe um prato de seu agrado (geleia). Era tudo tão bom de sentir que a Sra Snow também começou a praticar o Jogo do Contente.

2º Jogo do Contente: com o Sr. John Pendleton:

O primeiro encontro de Pollyanna com o mal-humorado e sério Sr. John Pendleton foi em meio a uma chuva. Ela o cumprimentou com um sorriso sem receber nada em troca. No dia seguinte, ela o cumprimentou novamente, mas puxou conversa: “ Que bom que hoje não seja ontem!”. Ele a respondeu de uma forma áspera, mas Pollyanna, dia após dia, continuou a insistir em manter contato com o senhor. Com o passar do tempo, ele foi esboçando um sorriso ou um gesto de carinho, até que, um certo dia, o homem tomou iniciativa e disse “ Boa tarde” para a menina.

3º Jogo do Contente: com a Srta. Polly Harrington

Esse terceiro jogo foi o mais difícil de todos, o que demorou mais tempo, porém o mais emocionante. Foram várias tentativas de prática do jogo, pois como a tia de Pollyanna era muito severa e autoritária, as atitudes da menina demoraram a fazer efeito em Polly. A primeira tentativa da garotinha  foi a de sempre sorrir e manifestar alegria com a presença de sua tia, por mais que a senhorita demonstrasse mau humor, infelicidade ou repulsa diante da pequenina.
A segunda tentativa diz respeito ao cômodo, escolhido pela Srta. Polly, onde a menina inicialmente dormia: um quarto no sótão, abafado e feio. Em vez de a menina se lamentar sobre a péssima condição do quarto em que foi colocada, ela disse a Srta. Harrington que sempre tivera um quarto alugado, mas que nada se comparava a ter um próprio, para si. Pollyanna continuou dizendo que achava bom não ter espelhos, pois não veria suas sardas e que, apesar de não haver quadros na parede, ela podia apreciar a paisagem através da janela. Por fim, concluiu dizendo sobre a generosidade da senhorita em ter lhe dado um quarto. Naquele mesmo dia, sua tia pediu a empregada que arrumasse um outro quarto para a menina dormir.
Aos poucos a Tia Polly começava a recuperar a mulher gentil, carinhosa e generosa que era. Começou a sorrir mais e ficou até mais bonita, pois também começou a se arrumar mais. Pollyanna conseguiu adotar até mesmo um gatinho e um cachorro, ambos de rua.



          As três situações acima possuem o mesmo propósito: faça o bem sem se importar a quem, pois apesar de você, por vezes, não receber o carinho ou atenção que se espera do outro em troca, a sensação de bem estar e dever cumprido consigo mesmo, atrai energias carregadas de positividade. Um dia, o outro perceberá o quão importante você é, o quão bondosa é a sua atitude e como a sua presença renova o ambiente.
          “Que bom que hoje não seja ontem” será uma frase para minha vida inteira e espero que sua também, pois nada como o dia de amanhã para perdoar a quem precisa ser perdoado, compreender a quem precisa ser compreendido, amar quem precisa ser amado. Que a partir de hoje você comece o Jogo do Contente em sua vida! Vamos praticar?
         
 Um grande beijo e um forte abraço!

          Bianca (Bibi).

P.s.: existe o filme (1960) produzido pelo Walt Disney, baseado na novela Pollyanna de Eleanor H. Porter. Porém, não o achei nas estantes das locadoras no meu bairro e nem perto de onde trabalho. Existem trechos do filme no Youtube para quem quiser dar uma olhadinha.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Pollyanna - Eleanor H. Porter



Olá amigos!
Que bons ventos estejam com vocês!
Após muito tempo, com muitos contratempos, resolvi voltar com o blog e fazer o que realmente me faz feliz. Ter livros, lê-los, escrever, comentar e pesquisar sobre eles. Sempre gostei de fazer isso, mas sempre colocava outras situações na frente e, a partir de hoje, jamais vou deixar ou de ler, ou de fazer o que gosto. Não se sentir realizado, ou sentir-se frustrado é a pior carga emocional que se pode sentir.
Ano passado trabalhei em duas escolas maravilhosas, chamadas Escola Municipal Professor Augusto Gotardelo e Escola Municipal Cosette de Alencar, aqui na minha cidade, em Juiz de Fora, e foi a partir delas que vi o quanto as pessoas são boas e querem nos ver bem. Em especial a professora Lenira, que me fez ver o quanto devo me sentir importante pelo que sou e pelo que faço. Continuo trabalhando no Colégio Meta, com as pessoas maravilhosas de sempre, mas ano passado tive uma experiência e tanto. No fim do ano, após inúmeras reposições de greve, pedi à coordenação da escola do meu bairro alguns livros emprestados, durante as férias, para ver o que as crianças possuem nas estantes a disposição delas e resolvi, nessa nova primeira etapa de blog, comentar sobre esses livros infantis e infanto-juvenis disponíveis na biblioteca. É um mundo de livros, não muito vasto, porque a prefeitura precisa trabalhar mais nisso, mas de certa forma, com qualidade.
Espero que o que eu vier a postar auxilie, tanto os professores quanto os alunos, na compreensão da estrutura dos livros, bem como na mensagem por eles passada.
E assim, eu começo com um livro que li bem jovem, chamado “Pollyanna”. No dia em que peguei para ler esse livro, que era da escola (em uma nova versão), procurei incessantemente onde estava o meu “Pollyanna” que, a princípio, deveria estar aqui em casa. Porém, como emprestamos muitos livros, esse acabou sumindo. Pensando pelo lado positivo, em vez de me entristecer, esbravejar e me culpar por não tê-lo zelado, preferi pensar que o livro está girando por aí ao encontro de várias mãozinhas lindas de criança.
Como o intuito dessa postagem é outro, dispensa o nosso tradicional livrossário, mas várias outras informações e comentários foram inclusos. Aproveitem!

Livro: Pollyanna
Autora: Eleanor H. Porter
Adaptação: Júlio Emílio Braz
Ilustrações: Dorotéia Vale
Editora: Scipione
Ano: 2001
Edicão: 1ª
Série: Reencontro Infantil
Revisão: Cláudia Virgílio e Roberta Vaiano

                                            
                                                A autora


Eleanor Emily Hodgman nasceu em Littleton (New Hampshire, EUA), em 19/12/1868. Começou seus estudos em canto na cidade de Boston e era conhecida como cantora lírica entrando, apenas mais tarde, para o mundo da literatura. Casou-se com  John Lyman Porter, em 1892, mudando seu nome para Eleanor Hodgman Porter, continuando com o canto, mas morando, desde então, em Massachussets.
Em 1901, deixou sua carreira de cantora para escrever.  Suas histórias apareciam em jornais, revistas e, tão logo, em 1907, publicou o livro “Correntes Cruzadas”, mas seu verdadeiro sucesso veio em 1911, com o livro “Miss Billy”. Como escrevia, principalmente, livros infanto-juvenis, ficou conhecida por essa sua escolha e, mais ainda, pela publicação do livro “Pollyanna”, em 1913, que teve grande repercussão nos Estados Unidos e no exterior, sendo traduzido em diversas línguas. O sucesso foi tão grande que, em 1915, foi publicado o livro “Pollyanna Moça”, também de grande sucesso, ambos, por passarem mensagens positivas sobre a vida. Eleanor H. Porter morreu em Cambridge, Massachussets, em 21 de maio de 1920.

  


Personagens:

Srta. Polly Harrington: é uma mulher severa e autoritária, única herdeira de uma das famílias mais ricas de Beldingsville.
Nancy: é a ajudante (empregada) da casa. A casa da Srta Polly foi o primeiro lugar onde trabalhou depois da morte do pai.
Pollyanna Whittier (personagem protagonista): é uma criança de 11 anos, órfã, loura, sardenta e magricela (segundo as descrições).
Jennie e Ana: são as irmãs da Srta. Polly. Jennie é a mãe da menina Pollyanna.
Thomas: é o jardineiro da família Harrington.
Timothy: é o filho do jardineiro Thomas.
Sra. Snow: é uma senhora resmungona, rabugenta, mal-humorada e insatisfeita que vive doente em uma cama e mora próxima à casa da Srta Polly. Pollyanna a presenteava com geleia  uma vez por semana.
Millie: filha doce e carinhosa da Srta. Snow.
John Pendleton: homem sério e mal-humorado que mora sozinho em um palacete na colina Pendleton. É o homem mais rico da região, porém não gosta de ninguém.
Jimmy Bean: é um menino de rua órfão.
Dr. Thomas  Chilton: médico do Sr. Pendleton. Vive num solitário quarto de hotel.
Dr. Warren: médico da família Harrignton.
Dr. Mead: médico especialista.

Sobre o enredo:

O livro conta a história de uma garotinha, chamada Pollyanna, que se torna órfã de mãe e pai e precisa de um lar. Sua tia, Srta Polly, fica incumbida de cuidar da menina, já que era a única parente viva, mas como era uma mulher severa, autoritária e muito pouco carinhosa, sua adaptação a nova casa se torna um pouco mais difícil.  A vida de todos da cidade se transforma pouco a pouco com a chegada de Pollyanna, que através de um jogo inventado pelo pai, o pratica com todos a sua volta. 



                                      O jogo do contente

Esse jogo foi ensinado pelo pai de Pollyanna e, segundo a menina, ela brinca desde pequena. Tudo começou com uma das muletas que o pai e ela encontraram na caixa de donativos da igreja. Ela pediu uma boneca, mas quando a caixa chegou se depararam com um par de muletas para criança. Em vez de lidar com tristeza aquela situação, o pai explicou à filha que ela deveria encarar o presente como uma alegria, ou seja, a alegria de, justamente, não precisar de muletas! O jogo consiste em encontrar alegria em tudo o que nos acontece.

“Sempre que acontece alguma coisa ruim, o jogo fica mais divertido” (Pollyanna)

No livro, são relatados três jogos do contente especiais que serão assunto de nossa próxima postagem, juntamente de algumas reflexões pessoais sobre a história. 

Bom, é isso!! Até mais Peregrinos!! Um forte abraço e um super beijo!!

Bianca (Bibi).